quarta-feira, 14 de abril de 2010

O Velho Fritz - Parte I

Sempre gostei de onde eu morava. Árvores faziam sombra e esverdeavam a velha rua de paralelepípedo. Os Bem-te-vis disfarçavam os raros barulhos que importunavam quebrar o doce silêncio da natureza. O nascer do Sol coloria a grama verde dos quintais. As nuvens faziam divertidas formas no céu. Era a perfeição.

Embora houvesse o cenário de um conto-de-fadas, havia uma sujeira naquele cenário. A misteriosa casa do velho Fritz. Fritz era um homem estranho, que saía pouco de casa, apenas para comprar pão na padaria de Jacó. Pouca palavra, ele não emitia nenhum barulho, sequer um estalar de dedo.

Pois então. O Velho Fritz, segundo meu avô, já foi uma pessoa alegre, contente, saltitante, mas parece que ele perdeu a sua pipa favorita, a qual denominava-a de Jorlene. Jorlene era um brinquedo de dar inveja: com seus 3 metros de envergadura, exebia suas cores retalhadas a gliter e lantejoulas que refletiam com fulgor a luz imponente do Sol. Depois do desaparecimento de Jorlene, Fritz ficou muito depressivo e ranzina. Acredita-se que ele já tentou se suicidar uma vez, mas não foi capaz de realizá-lo.

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